Em Igreja. Na Comunidade.
Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar de "Amor”.
Daquele amor sincero, olhos nos olhos, frio no coração, aquela dorzinha gostosa de ter muito medo de perder tudo...
Daqueles momentos que só quem já amou um dia conhece bem...
Daquela vontade de repartir, de conquistar todas as coisas, mas não para retê-las no egoísmo material da posse, mas para doá-las, no sentimento nobre de amar...
Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Sinceridade"...
Sabes, aquela extravagância antiga de fidelidade, respeito mútuo e aquelas outras coisas que deixaram de ter valor…
Aquela sensação que embriaga mais que a bebida, que é ter numa só pessoa, a soma de tudo que, às vezes, procuramos em muitas...
A admiração pelas virtudes e a aceitação dos defeitos, mas, sobretudo, o respeito pela individualidade, que até julgamos pertencer-nos, mas que cada um tem o direito de possuir...
Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Amizade”.
Na amizade sincera que deve existir entre duas pessoas que se querem bem...
O apoio, o interesse, a solidariedade de um pelas coisas do outro, e vice-versa. A união além dos sentimentos, a dedicação de compreender, para depois gostar...
Se não estivesse tão fora de moda, eu iria falar em "Família”.
Sim... “Família”...
Essa instituição que, ultimamente, vive à beira da falência, sofrendo contínuas e violentas agressões: pai, mãe, irmãos, filhos, casamento, lar...
Família…, aquele bem maior de ter uma comunidade unida pelos laços sanguíneos e protegida pelas bênçãos divinas…
Um canto de paz no mundo, o aconchego da morada, a fonte de descanso e a renovação das energias, realização da mais sublime missão humana de continuar a obra do Criador...
E depois eu iria, até quem sabe, falar sobre algo como... a “Esperança"…
A vontade de viver e lutar, a redescoberta das imensas zonas luminosas que existem nas pessoas e nas coisas que nos rodeiam.
Mas é uma pena que a esperança, como tudo o mais, há muito tempo, já esteja tão fora de moda que tenha dado o seu lugar à visão, apenas, das coisas negras…
Ainda assim, desejo que a tua vida seja repleta dessas questões tão fora de moda e que, sem dúvida, fazem a diferença!!!
(Elaboração de: António Elísio Portela)