Em Igreja. Na Comunidade.
Estávamos de férias no sul, numa cabana. Certa manhã, o meu pai convidou-me a dar um passeio pelo bosque e aceitei com alegria, porque sair com ele era grandioso para mim. Partilhava comigo muitas coisas da sua vida: a sua experiência, as suas anedotas de quando ele tinha doze anos, tal como eu agora. De repente, ele deteve-se no meio do bosque e disse-me:
- Guarda silêncio e escuta. Que ouves?
Pus os meus ouvidos atentos durante uns segundos e respondi:
- O canto dos pássaros!
- E não ouves mais nada? – perguntou-me.
Pus mais atenção e disse:
-Sim, ouço o barulho de uma carroça pelo caminho.
- Isso mesmo – respondeu-me o meu pai – é uma carroça vazia.
Então perguntei-lhe:
- Como sabes que é uma carroça vazia se não a vemos?
- É muito fácil saber quando uma carroça está vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia está a carroça maior é o barulho que faz – disse o meu pai.
Fiz-me adulto; e até ao dia de hoje quando vejo uma pessoa tagarela, a falar muito alto, prepotente, querendo ser o centro, fazendo notar que sabe tudo, recordo-me do que me ensinou o meu pai:
- Quanto mais vazia está a carroça, maior é o barulho que faz.
Pensem nisto...