ANO B
16 de Agosto de 2009
Verde – Ofício do domingo (Semana IV do Saltério). Te Deum.
Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Prov 9, 1-6; Sal 33, 2-3. 10-11. 12-13. 14-15
L 2 Ef 5, 15-20
Ev Jo 6, 51-58
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Ofertório para a Pastoral da Mobilidade Humana (Migrações, Apostolado do Mar, Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos e Refugiados).
* Nas Dioceses da Guiné-Bissau – Assunção da Virgem Santa Maria SOLENIDADE
* Na Ordem Franciscana (Comunidades das Irmãs Concepcionistas) – I Vésp. de S. Beatriz da Silva.
* II Vésperas do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
Tema do 20º Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 20º Domingo do Tempo Comum repete o tema dos últimos domingos: Deus quer oferecer aos homens, em todos os momentos da sua caminhada pela terra, o “pão” da vida plena e definitiva. Naturalmente, os homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom.
No Evangelho, Jesus reafirma que o objectivo final da sua missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projecto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer.
A primeira leitura oferece-nos uma parábola sobre um banquete preparado pela “senhora sabedoria” para os “simples” e para os que querem vencer a insensatez. Convida-nos à abertura aos dons de Deus e à disponibilidade para acolher a vida de Deus (o “pão de Deus que desce do céu”).
A segunda leitura lembra aos cristãos a sua opção por Cristo (aquele Cristo que o Evangelho de hoje chama “o pão de Deus que desceu do céu para a vida do mundo”). Convida-os a não adormecerem, a repensarem continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem escorregar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em que acreditam.
BILHETE DE EVANGELHO.
O conviva é aquele que “vive com” o tempo de uma refeição. Jesus faz continuamente referência à relação que O une a seu Pai; eles vivem a convivência, Eu vivo pelo Pai”, diz Jesus. Mas acrescenta: “também aquele que Me come viverá por Mim”. Em cada Eucaristia, não estamos ao lado de Cristo ressuscitado, Ele vem morar em nós para viver em nós. Temos de dizer, como São Paulo: “Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. É isso a comunhão, esta união total. É o momento de dizer: “Este mistério é grande!” É grande, porque nunca acabaremos de nos maravilhar e de dar graças. Hoje, se Cristo vem habitar em nós, é para que nós habitemos n’Ele. Vivamos as nossas Eucaristias verdadeiramente como um tempo de convivência.
À ESCUTA DA PALAVRA.
Jesus é insistente: não pára de repetir que os seus discípulos devem comer a sua carne e beber o seu sangue! Ainda hoje, tal linguagem é chocante, inaceitável para a nossa razão e para a nossa sensibilidade. Sabemos, é certo, que São João escreve depois da Ressurreição e que as palavras de Jesus só se podem aceitar e compreender a essa luz. Uma das palavras-chave do discurso de Jesus é “morar”: aqui e em tantas passagens do Evangelho… Morar com alguém é entrar na sua intimidade, para ficar juntos. É isso que Deus quer: “estar com” com os homens, “Emanuel”, para que nós estejamos também com Ele. Não podemos aceder ao sentido profundo das palavras de Jesus sobre a sua carne a comer e o seu sangue a beber se não nos colocarmos no registo do amor que exige a presença, o “estar com” dos dois seres que se amam. No amor, é tudo ou nada. O seu amor por nós é tal que Ele quer dar-Se na totalidade do seu ser e quer que esse dom dure sempre. Esta experiência já acontece humanamente: num momento de intensa comunhão com o ser amado, desejamos ardentemente que isso dure sempre. Ao escolher o meio do banquete eucarístico para colocar em nós a sua presença de Ressuscitado, Jesus quer enraizar-Se em nós e alimentar o gérmen da Vida eterna que será doravante a sua. Eis porque Ele pode afirmar: “quem comer deste pão viverá eternamente”. Participar na Eucaristia, comungar do corpo e do sangue de Jesus ressuscitado, é oferecer-Lhe o nosso “espaço humano” muito concreto, toda a nossa pessoa para que Ele venha habitar em nós. Então podemos, desde agora, ser um com Ele: “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim!”.
PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
O importante é viver e partilhar a vida. Nesta semana, poderíamos estar particularmente atentos àqueles que têm dificuldade em viver, porque o seu sofrimento é demasiado pesado… Talvez poderemos, simplesmente, estar presentes a seu lado e dizer-lhes uma palavra de vida, algumas palavras do coração que saibam reacender a esperança.
In: ECCLESIA